Audiência Pública
A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública na tarde de quarta-feira (13 de julho), no Plenário Carino Saraiva, para debater os problemas inerentes à atuação da Copasa, em especial os problemas enfrentados pelos moradores do Bairro Nossa Senhora de Fátima e região. O vereador Gilson Sousa de Carvalho, o Gilson da Autoescola, foi o autor do Requerimento nº 1990/2022, que viabilizou o evento.
Gilson da Autoescola explicou que a abrangência do tema exige a realização de duas Audiências Públicas, mas na atual serão discutidos os problemas relacionados à região do Bairro Nossa Senhora de Fátima, o que inclui o vertimento de água da Represa de Várzea das Flores. Além disso, outros dois pontos merecedores de atenção serão enfocados: os constantes vazamentos de água potável em vários pontos do município, num único bairro, o Duque de Caxias, foram verificados oito pontos, e o frequente corte no fornecimento de água para a população.
O parlamentar indagou a Copasa quanto aos problemas em Várzea das Flores, principalmente o açoreamento da represa. Gilson exibiu dois vídeos com imagens das áreas atingidas pelas inundações de janeiro de 2022 e perguntou aos representantes do Poder Executivo as providências tomadas para atender às famílias afetadas pelas fortes chuvas e o número exato delas.
O gerente da Unidade de Serviço de Produção de Água da Copasa, Alexandre Virgílio, explicou que a empresa atua o ano inteiro em Várzea das Flores para evitar que o reservatório encha e verta água. Durante o período de seca, o nível do reservatório é baixado para receber maior volume de água durante a estação chuvosa e isso evita problemas maiores. A Copasa administra a represa desde 1980. São 5,5km² de área, que comporta 37 milhões de metros cúbicos de água. Segundo Alexandre, Várzea das Flores verteu água em janeiro devido às fortes e concentradas chuvas naquele período atípico e não por causa de problemas na represa.
O superintendente municipal de Defesa Civil, tenente-coronel Walfrido de Assis Lopes, destacou o elevado aumentou do volume pluviométrico em 2022 como causa do vertimento de água ocorrido no dia 8 de janeiro. Walfrido solicitou à Defesa Civil de Contagem para fazer o desaçoreamento de alguns córregos naquele município, principalmente o Água Suja, no Bairro Icaivera. Esses córregos desaguam em Várzea das Flores e contribuem para aumentar o volume d’água.
Diálogo
O procurador-geral do Município de Betim, Bruno Cypriano, afirmou que a interlocução com a Copasa melhorou substancialmente neste ano. Foi assinado um Termo de Ajustamento Municipal (TAM) no valor de R$14,8 milhões para ressarcimento de gastos do Poder Executivo com ações que deveriam ter sido feitas pela empresa e a construção de casas para os desabrigados do Bairro Nossa Senhora de Fátima. Bruno reconheceu a necessidade de se incrementar a estrutura da Superintendência de Defesa Civil para ampliar o atendimento à população.
Serão construídas 110 casas, em lotes individuais de 100m², no Bairro Vila Cristina para uso preferencial das pessoas desabrigadas causadas pelas enchentes. Enquanto as obras não são concluídas, os moradores receberão o Aluguel Social, pago pela Copasa, até novembro de 2023.
O secretário municipal de Governo, Guilherme Carvalho, revelou que 49 famílias atualmente estão recebendo o Aluguel Social. As enchentes do início do ano afetaram 232 famílias em todo o Município de Betim, que ficaram desabrigadas.
Providências
O assessor da Presidência da Copasa, Cristiano Braga, apontou a importância de Várzea das Flores na minimização das enchentes em Betim. A empresa monitora constantemente os níveis da represa para mitigar os efeitos de possíveis vertimentos de água.
Sobre os inúmeros vazamentos de água potável existentes no município, Cristiano revelou que a empresa terceirizada contratada foi trocada com o objetivo de sanar esse problema. As despesas decorrentes desses vazamentos não são repassadas para o consumidor e são assumidos integralmente pela Copasa.
O vereador Carlin Amigão contestou essa informação e afirmou que a empresa cobra indiretamente esses gastos de outras formas. Carlin criticou as empreiteiras que trabalham para a Copasa e cavam buracos nas ruas sem tampá-los adequadamente.
Às portas da aposentadoria, o gerente da Regional Metropolitana Sul da Copasa, Joaquim Paulo Coutinho Braga, ouviu atentamente as reivindicações formuladas, explicou aspectos do trabalho da empresa e se comprometeu a colaborar na resolução de alguns problemas.
Macrodrenagem
O representante da Secretaria Municipal de Ordenamento Territorial e Habitação (Sorteh), José Geraldo de Araújo, apresentou o projeto de construção das casas populares para os desabrigados pelas chuvas e os planos para a futura execução de macrodrenagem em muitos bairros de Betim.
A presidente da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transporte e Trânsito de Betim (ECOS), Marinésia Dias da Costa Makatsuru, ressaltou a preocupação do prefeito municipal, Vittorio Medioli, com as obras de macrodrenagem, que são de alta complexidade e elevado custo financeiro. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi contratada para fazer um amplo estudo sobre o tema. Assim que for concluído, será feito o projeto executivo para a realização das obras de macrodrenagem.
O vereador Professor Wellington apontou os problemas de alagamento que são frequentes na Colônia Santa Isabel, particularmente o transbordamento do Córrego Bandeirinhas, que não consegue desaguar no Rio Paraopeba. O vereador indicou alguns locais na região de Citrolândia que sofrem com eventuais desabastecimentos de água e solicitou da Copasa o rápido enfrentamento dessa situação.
No final da Audiência Pública, que durou cerca de três horas, os cidadãos presentes fizeram várias perguntas às autoridades presentes. Gilson da Autoescola pediu que a Copasa, num prazo máximo de 15 dias, encaminhe, por escrito, as soluções adotadas para as demandas apresentadas pela população.
Diretoria de Comunicação Social - Jorn. Wagner Augusto