A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública, na tarde desta quinta-feira (1º de dezembro), no Plenário Carino Saraiva, para buscar soluções quanto ao trânsito de veículos de grande porte da empresa Jefer Produtos Siderúrgicos na Entrada do Bairro Casa Amarela. O vereador Roberto da Quadra, que presidiu os trabalhos, foi o proponente do evento, por intermédio do Requerimento nº 1.856/2022.

O vereador Roberto da Quadra ressaltou que não existe dificuldade onde há o diálogo sincero entre as partes. "O objetivo principal é buscar solução imediata para o problema do acesso de entrada e saída para o Bairro Casa Amarela. O Poder Público precisa agir antes que a vida dos moradores seja colocada em risco", afirmou Roberto, que visitou a região e constatou a gravidade da situação.

Foi exibido um vídeo em que o panorama atual das ruas de acesso ao Casa Amarela mostrou carretas estacionadas, impedindo o tráfego de carros, motos e ônibus. A comunidade fica completamente impedida de ir e vir. O parlamentar sugeriu, inicialmente, que seja construída uma alça rodoviária exclusiva para a Jefer a partir da BR-381, tornado o acesso à empresa independente da entrada do bairro.

O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Casa Amarela, Leandro Marques Ferreira, disse que é importante a presença da Jefer na região, pois gera emprego e traz recursos para o município. Porém, a situação do tráfego das carretas não pode continuar como está atualmente. "É perigoso! Pode até uma bobina se soltar e matar uma pessoa", apontou.

Para o advogado da Jefer, Pedro Luiz Fick de Ferraz, as carretas causam transtorno e ressaltou que a empresa tem feito o possível para amenizar o problema. O advogado argumentou que outros veículos também atrapalham o trânsito.

No entendimento do gerente da Jefer, Hugo Eduardo Pedro, outros fatores contribuem para causar os engarrafamentos e solicitou fiscalização da Transbetim na busca por soluções.

O diretor de Transporte e Trânsito da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transportes e Trânsito (ECOS), Gilmar Mascarenhas, recordou que o crescimento da Jefer trouxe nova realidade para o trânsito no local e as ruas pequenas não suportam o tráfego atual. "O Alvará de Funcionamento da empresa é provisório e estabelece condicionantes para o seu funcionamento. É essencial procurar alternativas para escoar o trânsito da Jefer", falou.

Vários moradores relataram o caos provocado pelas carretas, reforçando o que foi mostrado no vídeo. Algumas casas estão com suas paredes trincadas devido ao peso elevado dos caminhões que trafegam pelas ruas. É muito comum as pessoas não poderem sair de carro por terem a porta das garagens interditadas pelas carretas estacionadas ao longo das ruas.

Reuel Moisés Ribeiro, gerente de Planejamento e Projetos da Transbetim, explicou que as vias do Casa Amarela são vicinais e não comportam o tráfego de veículos pesados. "Temos de garantir o direito dos cidadãos de ir e vir. Vamos debater com a Jefer a implantação de uma nova estrutura viária para o bairro", indicou.

A superintendente de Licenciamento e Regularização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Jaqueline Flaviana de Santana, revelou que a Jefer está regularmente licenciada para atuar até o dia 4 de maio de 2027. "Mas vamos ampliar as exigências para adaptar a atividade da empresa à realidade da comunidade", asseverou.

O vereador Professor Wellington relatou que está cansado de enviar ofícios e requerimentos ao Poder Executivo cobrando soluções para os graves problemas do Casa Amarela e de outras regiões. "A partir de agora vou mudar de estratégia: se não aparecer solução, vou mobilizar a comunidade e interditar as ruas. Se gostam de bagunça e motim no município, terão!", criticou, cobrando, simultaneamente, responsabilidade social da Jefer.

Participou também da Audiência o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Alexandre Bambirra.

Diretoria de Comunicação Social - Jorn. Wagner Augusto