A Câmara Municipal de Betim realizou na manhã desta sexta-feira (31), uma audiência pública para debater o tema violência contra a mulher. O Requerimento nº 934/23, de solicitação da audiência é de autoria do vereador Professor Wellington.

Na abertura do evento, o vereador ressaltou a importância de debater esse tema para criar soluções que reduzam os números de violência doméstica e criem propostas concretas de atendimento às vítimas, principalmente, no pós-violência.

O vereador Rony Martins falou sobre os avanços legislativos em relação aos direitos das mulheres, exemplificando com a Lei Maria da Penha, que instituiu mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

O coordenador e fundador do Projeto Apadrinhe uma infância, sargento Isidoro, reforçou na sua fala a necessidade de humanizar o atendimento a essas mulheres. Já a delegada substituta da Delegacia da Mulher, Dra. Cristiane Floriano de Oliveira, explicou que a Delegacia da Mulher é a porta de entrada das vítimas de violência doméstica, mas é preciso que exista uma rede de apoio que as auxiliem a saírem desse ciclo de violência.

A investigadora da Polícia Civil, Lucilena Cunha, informou que os números de violência contra a mulher são alarmantes, crescentes e que esse é um tipo de violência  está em todas as classes sociais. Para a tenente Gisele, representante da coronel Giovana Marcelino da Silveira Gonçalves, da 2ª seção da Companhia de Prevenção à Violência Doméstica, o maior gargalo é a falta de uma rede de amparo pós-violência. Em vários depoimentos, foi ressaltada a dependência psicológica e financeira das vítimas aos agressores, motivo que muitas vezes fazem com que as mulheres retirem a queixa.

A coordenadora do Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cream), Elizete Maria da Silva, falou sobre a rede de apoio que o município oferece às mulheres vítimas de violência. Ela explicou que essas mulheres são acolhidas pelo setor e oferece toda a estrutura para que realizem o boletim de ocorrência, o atendimento médico necessário, o acolhimento físico, e até mesmo, o encaminhamento para vagas de emprego. Ainda como solução de atendimento a mulher vítima de violência, a Prefeitura de Betim criou a Ouvidoria da Mulher. De acordo com a ouvidora, Simone Elizabeth da Silva, o intuito é oferecer mais um espaço de acolhimento a essas mulheres. “Além de um atendimento que preza pela discrição, nós damos toda a orientação que elas precisam”, disse a ouvidora.

Já a Ana Paula Ribeiro Rosa, diretora do Sind-Ute e presidente do Conselho Municipal de Educação,  ressaltou as mulheres da periferia ainda sofrem muito com a violência doméstica e que isso é um problema social. “É preciso educar a sociedade para respeitar as mulheres”, disse.

Ao final, o vereador Professor Wellington propôs  a criação de uma comissão para que seja organizado um seminário em defesa da mulher vítima da violência.

Participaram também do evento  Maria Sônia Silva Deslandes, Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-Betim;  Gorete Ássimos, Presidente do Conselho Municipal da Mulher;  Gabriel Viana, representante do juiz titular da 2ª Vara Criminal; Karolina Silveira, membro do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Betim; Rúbia Erica Silva Diniz, vítima de violência contra a mulher, dentre outros.

Diretoria de Comunicação Insitucional - Jorn. Waleska Chaban