Atendimento nefrológico do Hospital Evangélico de Betim é debatido em Audiência Pública
A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública, na tarde desta quinta-feira (11 de maio), no Plenário Carino Saraiva, para debater o estágio atual e as perspectivas futuras do atendimento nefrológico do Hospital Evangélico de Betim. O vereador Professor Wellington, que preside a Comissão Permanente de Saúde, foi o autor do Requerimento nº 1.105/2023 que viabilizou a discussão do tema.
Professor Wellington relatou inicialmente as inúmeras dificuldades enfrentadas pelos pacientes nefrológicos, principalmente na época da pandemia de Covid-19. Um dos gargalos encontrados era a alimentação precária para os pacientes, composta basicamente de pão com manteiga e leite. "Conseguimos resolver alguns problemas, mas sabemos que existem muitos outros que merecem ser debatidos na busca por soluções que sejam positivas para todos", afirmou o vereador.
O parlamentar apresentou o senhor Geraldo Pereira, que necessita com urgência de uma cirurgia no braço esquerdo. "Se ele não for operado agora em maio, terá o braço amputado", apelou Professor Wellington aos representantes da Prefeitura Municipal e do Hospital Evangélico.
Relatos
Durante mais de uma hora, Frederico Etienne Barros, paciente de hemodiálise há 18 anos, grande parte desse tempo sendo atendido pelo Hospital Evangélico, que substituiu o Hospital Regional Professor Osvaldo Franco nessa função, fez um relato detalhado das várias falhas apresentadas na prestação de serviço "Na época da transição de um hospital para outro foram feitas muitas promessas de melhora na hemodiálise, o que não aconteceu como deveria. A pandemia da Covid-19 contribuiu para tornar tudo ainda mais conturbado. O corte da alimentação adequada para os pacientes causou transtornos", relembrou.
Frederico, que é residente do Conselho Municipal de Saúde de Igarapé, relatou que a mudança da Hemodiálise do Hospital Regional para as novas instalações no antigo Shopping Betim não atendeu as demandas dos pacientes. "Falta boa vontade da administração do Hospital Evangélico para atender as solicitações que são feitas", apontou, apresentando uma relação com 70 itens que carecem de urgente intervenção pelo prestador de serviço para melhorar toda a estrutura do atendimento.
O senhor Valdemar Batista faz hemodiálise há 42 anos e criticou o aumento de 35 para 50 pacientes por médico no setor de hemodiálise. Valdemar recordou que antigamente existiam 10 máquinas de hemodiálise e hoje são mais de 80, porém isso não é capaz de absorver a necessidade para população. "A solução está nas ações preventivas, em que o paciente seja atendido no seu bairro para evitar que a situação piore até o ponto de precisar de fazer hemodiálise. Seria muito bom que um fisioterapeuta acompanhasse os pacientes nas sessões, que duram quatro horas e são feitas três vezes por semana", sugeriu.
Explicações dos gestores
O gerente operacional do Hospital Evangélico em Betim, Rodrigo Pereira dos Santos, revelou que 570 pacientes são atendidos atualmente, que geraram 327 mil sessões de hemodiálise de 2017 a 2022. O contrato com a Prefeitura Municipal soma R$27,2 milhões, sendo que R$27,1 milhões são para cobrir custos. "Questões contratuais e orçamentárias determinam muitas decisões, como o maquinário utilizado", afirmou.
Jamila Abraão, responsável técnica e coordenadora médica da Clínica de Hemodiálise do Hospital Evangélico, apresentou várias informações técnicas acerca do atendimento ofertado aos pacientes.
A secretária municipal de Saúde, Patrícia Evangelista Silva Pereira, recém-nomeada para o cargo, agradeceu a oportunidade de ouvir as demandas dos usuários do sistema SUS em Betim e a realidade do prestador de serviço. "Após a pandemia da Covid-19, a Secretaria poderá voltar a investir na reforma e construção de novos leitos no Hospital Regional com o objetivo de melhorar o atendimento à população", asseverou.
EJA
Uma das reivindicações formuladas diz respeito à implantação do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) no setor de hemodiálise para que os pacientes não fiquem ociosos durante as longas e desgastantes sessões. A secretária municipal de Educação, Marilene Pimenta, disse que 15 escolas municipais de Betim têm o EJA, com 2.035 alunos. "Para implantar o EJA no setor de hemodiálise é preciso autorização do Governo do Estado. Vamos formar uma comissão para verificar quantos alunos gostariam de se matricular. A partir daí trabalharemos para tentar viabilizar essa iniciativa", disse Marilene, agendando uma reunião para o dia próximo dia 18, às 9h30, na sede da Secretaria, para tratar do assunto.
O vereador Gregório Silva formulou várias perguntas para as autoridades, tais como o valor do contrato com o Hospital Evangélico e a prestação de serviço estipulada em contrato, o transporte dos pacientes, o número de pacientes atendidos, se há capacidade de ampliação do serviço, realização de cirurgias e atendimento pediátricos.
Também participaram da Audiência Pública os vereadores Tiago Santana, Marquinho Rodrigues e Roberta da Quadra.
Diretoria de Comunicação Institucional - Jorn. Wagner Augusto