Audiência Pública debate atendimento oncológico
A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública, na tarde de quinta-feira (29 de junho), no Plenário Carino Saraiva, para debater o estágio atual e as perspectivas futuras do atendimento oncológico do Hospital Evangélico em Betim. A iniciativa do evento partiu dos vereadores Gilson da Autoescola, presidente da Comissão Permanente de Esportes, Lazer e Turismo, e Professor Wellington, presidente da Comissão Permanente de Saúde, por intermédio do Requerimento nº 1.348/2023.
O vereador Gilson da Autoescola, que presidiu os trabalhos, explicou que recebe diariamente vários relatos de pessoas que utilizam o serviço de oncologia do Hospital Evangélico em Betim. Diante desses testemunhos, a preocupação com esse panorama o fez convocar a Audiência Pública para debater o problema, buscar soluções e trazer dignidade para esses pacientes.
Gilson revelou que perdeu recentemente a sua sogra, vítima de um câncer que não foi detectado em tempo hábil na Unidade Básica de Saúde (UBS). "Por isso, entendo que o diagnóstico precoce é essencial. Minha sogra padeceu com uma demora de oito meses para obter o diagnóstico do câncer e aí não foi possível para ela superar a doença", afirmou o vereador.
Diagnósticos assertivos
Professor Wellington abordou que é imprescindível viabilizar o diagnóstico precoce para detectar o câncer e começar imediatamente o tratamento. "Os problemas estão postos e cabe às autoridades encontrar soluções ágeis e positivas. Sobre os diagnósticos nas UBS's é necessário que tenham mais assertividade", defendeu, solicitando que seja disponibilizado transporte de qualidade para os pacientes em tratamento.
A coordenadora do Projeto Una Guerreiras, Raquel Rossi, recordou que há sete anos a finalidade da iniciativa é abraçar as pessoas diagnosticada com câncer e oferecer o apoio necessário. Nos últimos tempos as reclamações quanto ao atendimento oncológico em Betim vêm crescendo muito. "Assim, o melhor caminho é a discussão desses gargalos para buscar soluções, de maneira objetiva e respeitosa", frisou.
O diretor de Regulação, Controle e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, Cristiano Aristides Reis Abreu, disse que a demora na realização de exames e entrega dos resultados é um problema realmente sério e se tem buscado contratos com clínicas e laboratórios para agilizar o procedimento. No momento, há um processo licitatório em andamento para que sejam contratados prestadores de serviço para executar e ampliar o número de exames. Devido a problemas burocráticos, esse processo está atrasado e a Secretaria não tem onde fazer os exames demandados pelos pacientes.
Cristiano estimou em cerca de 30 dias, quando tudo ocorre bem, o tempo entre a primeira consulta na UBS e o encaminhamento para o setor Oncológico do Hospital Evangélico. Atualmente, 585 pacientes foram direcionados para o tratamento oncológico.
Atuação desde 2020
O diretor do Hospital Evangélico, Rodrigo Silveira, recordou que o serviço oncológico em Betim foi assumido pela instituição em abril de 2020 e apontou a necessidade urgente de rever o contrato firmado com a Prefeitura Municipal de Betim. "Saltamos de 6.500 atendimentos em 2021 para 7.300 em 2022. São mais de 100 cirurgias por ano e tudo isso justifica a revisão do contrato", asseverou.
Vários pacientes foram ouvidos e apresentaram várias reclamações emocionadas quanto ao atendimento oncológico em Betim, principalmente no que tange à demora na realização dos exames pelo município na fase inicial do tratamento até a falta de empatia de vários colaboradores no momento de conversar com os usuários.
Diante dos depoimentos apresentados, o Hospital Evangélico sugeriu que seja criada uma Comissão de Pacientes da Oncologia para levantar sugestões e reclamações e encaminhá-las à direção.
Como encaminhamentos, Gilson da Autoescola redigirá Requerimentos ao Poder Executivo com estes pontos:
- Fiscalização do funcionamento do Setor Oncológico pela Prefeitura Municipal;
- Promover um atendimento humanitário para os pacientes em todas as etapas do tratamento;
- Ampliar o funcionamento da farmácia para tempo integral;
- Estabelecer prioridade para os pacientes oncológicos no atendimento de emergência e urgência;
- Constar no sumário de alta todos os procedimentos pós-cirúrgicos para melhor compreensão dos pacientes;
- Implantar alimentação para os pacientes intermunicipais.
O parlamentar vai esmiuçar o contrato firmado entre a Prefeitura Municipal e o Hospital Evangélico para detectar eventuais pontos que necessitem de alteração para proporcionar melhor atendimento à população e aguardar 30 dias para que as devidas providências sejam tomadas quanto aos encaminhamentos definidos na Audiência Pública.
Diretoria de Comunicação Institucional - Jorn. Wagner Augusto