Fechamento de unidades do Restaurante Popular é debatido em Audiência Pública
O possível fechamento de cinco das seis unidades do Restaurante Popular em Betim foi objeto de discussão em Audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Betim na manhã desta quinta-feira (31 de março). A solicitação para a realização do evento partiu do vereador Édson Leonardo Monteiro, o Leo Contador (DEM), através do Requerimento nº 023/2016, aprovado por unanimidade na Reunião Ordinária da última terça-feira.
Atualmente, o Restaurante Popular funciona no Centro, Imbiruçu, Jardim Teresópolis, Jardim das Alterosas, PTB e Citrolândia. São servidas 3.200 refeições diárias nessas seis unidades, número que cairá pela metade com os cortes propostos pelo Poder Executivo.
Leo Contador, que presidiu e conduziu os trabalhos da Audiência, manifestou sua preocupação com o fechamento das unidades do Restaurante Popular, medida recentemente anunciada pela Prefeitura para acontecer no dia 29 de abril. O vereador lembrou que há três semanas, após Audiência Pública ocorrida para debater o fechamento de unidades de saúde, o Governo do Estado foi acionado e viabilizou recursos que aliviaram momentaneamente a situação. “Temos de percorrer o mesmo caminho e procurar saídas que possam trazer verbas que consigam manter em funcionamento as seis unidades do Restaurante Popular. Existem contratos na Prefeitura que podem ser revistos e daí se apurar o montante de que se necessita para não penalizar a população mais humilde que tanto precisa de alimentação balanceada a preço acessível”, argumentou o parlamentar.
O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fabrício Freire, explicou que o fechamento de cinco unidades do Restaurante Popular trará uma economia anual da ordem de R$2,7 milhões e que o motivo principal para a adoção dessa medida é o fato de que o movimento em alguns restaurantes caiu cerca de 60% após o aumento do preço da refeição subir de R$3,00 para R$4,00. “Infelizmente, dos 142 funcionários que trabalham hoje no Restaurante Popular, 100 perderão seus empregos. Apenas a unidade do Centro será mantida, com seus 42 funcionários, e atenderá toda a demanda, inclusive as 300 pessoas que possuem o Vale Social emitido pela Secretaria Municipal de Assistência Social”, informou Fabrício.
Leo Contador contestou o valor de R$2,7 milhões e garantiu que a economia seria de R$1,8 milhão, que poderia ter R$1 milhão amortizado por intermédio do Banco de Alimentos e os demais R$800 mil supridos por outras fontes orçamentárias da própria Prefeitura.
Já o secretário municipal de Finanças, Planejamento e Gestão, Gustavo Palhares, reconheceu o impacto negativo causado pelo fechamento das unidades, porém voltou a lembrar que Betim teve sua economia fortemente afetada pela crise econômica que atingiu o Brasil. “Estamos numa situação de calamidade financeira, pois somos um município industrial e esse setor está em franco declínio. Em 2012, a arrecadação de apenas um tributo, o ICMS, era suficiente para quitar toda a folha do funcionalismo público e ainda sobravam R$100 milhões. No final de 2015, o dinheiro arrecadado com o ICMS não cobre o gasto com os servidores e ainda faltam R$100 milhões para cobrir essa despesa”, lamentou o secretário.
Todos os demais vereadores presentes, Marilene Torres (PRP), Dimas do Caxias (PROS), Eutair Antônio dos Santos (PT), Divino Lourenço (PSDB), Elizeu Xavier Dias (PTB), Carlin do Amigão e Ernani da Regional, além das representantes dos vereadores Antônio Carlos (PT) e Joaquim Bracinho (PTC), se manifestaram contrários ao fechamento das unidades do Restaurante Popular, afirmando que as políticas públicas não devem prejudicar as pessoas mais vulneráveis nesse momento de grave crise econômica por que passa o País.
Diretoria de Comunicação Social
Jorn. Wagner Augusto
Fotos: Jonathan Pires
Publicado em: 31/03/2016