Audiência Pública debate situação do antigo aterro sanitário no bairro Citrolândia
A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública, na tarde desta quinta-feira (4 de abril), no Plenário Carino Saraiva, para debater o estágio atual e as perspectivas de otimização do espaço do antigo Aterro Sanitário do Bairro São Salvador II, na região de Citrolândia. A iniciativa da discussão partiu do vereador Professor Wellington, por meio do Requerimento nº 1.521/2023.
Professor Wellington, que presidiu a Audiência Pública, registrou que os problemas em Citrolândia são antigos e atormentam aquela comunidade há anos. Para resolver essa situação, é preciso ter habilidade na busca por soluções plausíveis. "Temos de construir pontes e não muros, sem esticar demais a corda", asseverou o parlamentar.
O vereador frisou que vários prefeitos passaram pelo cargo sem resolver, de modo efetivo, as questões relativas ao Aterro Sanitário. Professor Wellington criticou a ausência do secretário municipal de Meio Ambiente e Recursos Renováveis, Ednard Barbosa, e de representantes do Ministério Público. Ambos os órgãos foram convidados oficialmente para participar da Audiência Pública.
O presidente da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transporte e Trânsito de Betim (ECOS), Wilton Magno Leite, lembrou que apesar de desativado para fins sanitários, o aterro necessita do preenchimento da sua cava com entulhos. A ECOS firmou parceria com o Instituto Brasil Convergente (IBC) para revitalizar o espaço, que será transformado num Ecoparque.
Histórico de problemas
A ambientalista Cíntia Melo discorreu acerca do histórico do antigo Aterro Sanitário, concebido originalmente como usina de reciclagem. O prazo inicial de funcionamento era de dez anos, prorrogado por igual período. Ao final desses 20 anos, já no limite máximo de uso, o Aterro Sanitário deveria ser transformado no Ecoparque São Francisco de Assis.
Moradora do Bairro Charneca, Cíntia apontou que a falta de implantação do Ecoparque representa um verdadeiro crime ambiental e cobrou da Prefeitura Municipal o aporte de recursos para a realização das obras necessárias.
O gerente da Regional Citrolândia, Rodrigo Trindade, que é residente no Bairro São Jorge, anunciou algumas benfeitorias para a região, tais como o Lar para Idosos no antigo Campanário, a pavimentação da via que dá acesso ao local e a construção de um campo de futebol. Rodrigo entende que Citrolândia necessita de uma Unidade de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) diante do fechamento do Aterro Sanitário.
O diretor de Serviços Ambientais da ECOS, Júlio César Souto Batista, informou que há muitos anos o Aterro Sanitário recebe somente o descarte de entulhos e está planejada a implantação de outras URPV's em toda as Regionais.
Os moradores do Bairro São Salvador II e do Conjunto Dicalino Cabral da Fonseca contestaram a informação de que não existe descarte de lixo no Aterro Sanitário e perguntaram quando a população poderá frequentar o Ecoparque após sua finalização. O presidente da ECOS respondeu que o protocolo exige 15 anos de espera para se evitar a contaminação por gases tóxicos.
A principal reivindicação da comunidade local é o fim imediato das atividades no antigo Aterro Sanitário, encerramento que se arrasta há mais de uma década. Foram apresentadas denúncias de surto de escorpiões e descarte de terra de cemitério, dentre outras irregularidades, ocorrências desmentidas pelas autoridades presentes.
Foi formada uma comissão, composta por alguns moradores e Rodrigo Trindade para acompanhar o desdobramento das ações do Poder Público no antigo Aterro Sanitário e propor soluções.
Diretoria de Comunicação Institucional - Jorn. Wagner Augusto