Audiência Pública para debater reabertura de rua no bairro Bandeirinhas
A Câmara Municipal de Betim realizou Audiência Pública na manhã desta quinta-feira (13 de junho), no Plenário Carino Saraiva, para debater a reabertura de uma passagem existente entre a Rua Santa Cruz e a Rua Sete, no Bairro Bandeirinhas. O debate foi solicitado pelo vereador Adelio Carlos, por meio do Requerimento nº 756/2024.
O presidente da Câmara Municipal de Betim, vereador Léo Contador, comandou os trabalhos e destacou que o objetivo principal da Audiência Pública é buscar junto às partes envolvidas uma solução viável para a situação criada pelo fechamento da antiga passagem existente com o intuito de separar o setor industrial do residencial do bairro.
O vereador Adelio Carlos explicou que foi procurado pelos moradores do Bairro Bandeirinhas para que seja mantida essa passagem entre a Rua Santa Cruz e a Rua Sete. Nesse sentido, o parlamentar se reuniu com o prefeito municipal, Vittorio Medioli, para solicitar que a passagem seja reaberta, mesmo de modo provisório. "A solução definitiva virá com a construção da Avenida Guandu. Enquanto isso, a população não pode ser prejudicada com o fechamento da passagem", afirmou Adelio.
Ademilson Vilaça Diniz, morador do Bandeirinhas há 28 anos, relatou os transtornos causados pela interdição da passagem, que deixou os moradores praticamente presos em suas residências. Ademilson reclamou que o bairro já foi prejudicado pela destruição de um campo de futebol.
O presidente da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transporte e Trânsito de Betim (ECOS), Wilton Magno Leite, recordou que essa passagem é histórica e que o Distrito Industrial trouxe consigo algumas alterações, determinando o seu fechamento. A solução passa pela canalização do Córrego Bandeirinhas, que aumentou muito o seu volume de água, e a urbanização da Avenida Guandu.
Reinaldo de Paula, proprietário da empresa Weldtronic Manutenção Eletrônica Industrial, lamentou os problemas causados à comunidade pelo fechamento da passagem e detalhou que a empresa fará investimentos de R$3 milhões numa área de 1.580 metros quadrados. O fechamento da passagem se deu com o objetivo de isolar as instalações da empresa para garantir a segurança da própria população. Reinaldo adquiriu o terreno em 2022 e lamentou que não tenha sido avisado da existência dessa passagem e defendeu a adoção de medidas efetivas e não paliativas para resolver o problema de tráfego de pessoas na região.
Léo Contador enfatizou que a passagem será reaberta, em caráter provisório, para garantir a livre circulação da população e evitar que a comunidade fique ilhada. "A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico errou ao não comunicar ao empresário a existência dessa passagem. Ele não pode ficar no prejuízo e vamos buscar junto à Prefeitura o ressarcimento pelas obras que já foram realizadas no local. É muito importante a presença das empresas em Betim e temos de procurar uma saída efetiva para esse impasse”, disse o parlamentar, que vai estudar atentamente as contrapartidas sociais previstas nas doações dos lotes para os empresários do Distrito Industrial do Bandeirinhas e a destinação dos recursos.
Nágila Pedrosa, representante da Secretaria Municipal de Ordenamento Territorial e Habitação (Sorteh), reforçou que a utilização industrial e residencial no Bandeirinhas deve ser realmente setorizada e uma solução definitiva precisa ser buscada além da reabertura da passagem.
O empresário Salvatore Shervini, proprietário da empresa Horizonte Mineiro, reclamou da insegurança jurídica do Brasil, o que causa sérios problemas para a população e o setor produtivo. Salvatore sugeriu a construção de uma via que passe por trás do Distrito Industrial para evitar acidentes com os transeuntes que vão utilizar a passagem.
Gina Lemos, da Assessoria de Imóveis da Procuradoria-Geral do Município, explicou os detalhes técnicos das contrapartidas sociais, em que os empresários destinam parte do valor do imóvel para investimento em obras no município. Gina lamentou que a Administração Pública tenha cometido erros que prejudicaram a população e os empresários e apresentou suas desculpas.
Anne Ellly Fonseca, arquiteta da Divisão de Planejamento Urbano, também asseverou que a solução concreta passa pela Avenida Guandu.
Flávio Rodrigues, presidente da Associação das Empresas de Betim (Asebet), garantiu que não é objetivo de nenhuma empresa prejudicar a comunidade. A Asebet participou desde o início da implantação do Distrito Industrial do Bandeirinhas e enfatizou que grande parte dos recursos auferidos pelo Consórcio Urbano Consorciado não foram investidos no bairro.
Vários moradores da região relataram os seus infortúnios com o fechamento da passagem e cobraram a adoção de medidas urgentes que possam trazer equacionar a situação.
Diretoria de Comunicação Institucional - Jorn. Wagner Augusto